sexta-feira, 29 de julho de 2011

Pode guardar as panelas. FOME!

Samba no pé e comida na boca... ops... comida?... nem todo mundo pode dizer isso! Nesse novo RuahPodcast os dois "enrolões" Paulo Sanda e André Luiz conversam a respeito do problema sério da fome e a "teologia da panela". E para inspirar a consciência e a fala dos dois: a música "Pode Guardar as Panelas" de Paulinho da Viola.

sexta-feira, 22 de julho de 2011

Ruah Podcast - Filmes - Harry Potter e as reliquias da Morte Parte II

O poder é alvo de muitas das buscas do ser humano. Ter uma varinha mágica ou uma divindade que resolva "meus problemas" é tudo o que queremos. Neste Podcast, André Luiz e Paulo Sanda, inspirados no último filme da série de Harry Potter, trabalham o tema do poder e sua sedução.

sexta-feira, 15 de julho de 2011

A UHE BELO MONTE ESTÁ SENDO IMPORTANTE PARA O BRASIL

Por estes dias estava conversando com um amigo, o quanto o politicamente correto por vezes enche o saco.
Os humoristas que o digam. Fazer piada está cada vez mais difícil.
Falávamos saudosistas de várias piadas, que hoje não são de bom tom.
Do quanto é irritante a regra inaugurada na época do ex-presidente Sarney:
“Brasileiros e brasileiras”.
E outras “baboseiras” mais.
Mas um ponto interessante nas conversas que tenho com este amigo, é que sempre caímos para o campo filosófico.
Começamos a analisar que, talvez este extremismo do politicamente correto, acabe também desembocando em reforço para os movimentos radicais no lado oposto. Skinheads, homofóbicos, machistas, etc.
Será que isto é positivo para a sociedade?
Mas por outro lado, a manutenção de um estado das coisas aparentemente moderado, morno, também pode levar a mazelas que passam despercebidas.
Como sou descendente de japoneses, dei o seguinte exemplo:
Os japoneses, são respeitados, como honestos, estudiosos, esforçados, etc.
Mas por outro lado somos o famosos “café com leite”.
Explico, quantos descendentes de japoneses tem destaque como artistas na televisão ou na música?
Pouquíssimos.
Somos tão “café com leite”, que sequer as piadas sobre japoneses são poucas. A pecha sobre o membro pequeno continua, mas nem trisca no politicamente correto, pois quase não são contadas, para a sociedade em geral não temos graça.
Por outro o racismo contra os negros, sempre foi grande, e seguindo a mesma linha de raciocínio, as piadas sempre foram muito mais engraçadas, os artistas mais reconhecidos.
E hoje temos medidas sendo tomadas contra a discriminação racial. Não pretendo julgar méritos, para dizer se são ou não corretas nem suficientes. Apenas que acontecem.
Ainda em relação aos negros, nos Estados Unidos, o racismo sempre foi mais violento. E agora temos um presidente negro.
A questão dos homossexuais é outra que está sendo discutida.
E é neste ponto que desejo chegar.
Melhor dizendo, com esta linha de raciocínio, cheguei a conclusão que a UHE Belo Monte, está sendo muito importante para nosso pais.
Pois ela deu na década de 70 visibilidade na discussão sobre os índios, e hoje traz o assunto de volta, permeado com mais, e importantes nuances.
A importância da preservação da floresta, a defesa dos povos indígenas, das comunidades ribeirinhas.
A conscientização de que a floresta é mais importante que os recursos minerais em seu subsolo.
A sacudida que estamos precisando, para ver que o sistema de poder político, econômico, e roda viva de consumo que vivemos é uma falácia.
Enfim, a discussão está aberta.
Eu e mais meia dúzia de gatos pingados (Carol, Thiago, Eli, Leda, Patrícia, Tati, Paola) começamos em São Paulo as manifestações contra Belo Monte, fizemos uma vaquinha para comprar um megafone, material para faixas, etc. Ficavamos horas a fio em frente ao MASP, falando e sendo objeto de chacota de alguns passantes. Mas hoje milhares de pessoas estão participando das manifestações que acontecem por todo Brasil.
Com disse, a discussão está aberta, só espero que não tenhamos que pagar muito caro por esta oportunidade de aprendizado.
No dia 17 de julho (domingo agora) haverá outra manifestação.
Se você é contra Belo Monte, venha, vamos fazer esta festa pela vida juntos.
Se é a favor, venha e vamos discutir o assunto, pois não há melhor caminho que o diálogo.







Apologia à dúvida

              Se tudo o que vemos e entendemos não passa de interpretação, podemos concluir que ter certezas não é muito inteligente.

                O entendimento que temos da realidade que nos cerca é produto de representação.

                Comecemos por Deus. Ninguém jamais viu a Deus, já dizia o evangelista João. Deus só pode ser concebido por meio de representação, de analogia, de comparação, de simbologia. É por isso tudo o que “sabemos” a respeito de Deus nada mais é do que o produto de nossa imaginação baseado em alguma experiência que chamamos pelo nome de Deus. O fato é que mesmo que não creiamos em nenhuma divindade, fatalmente estaremos optando por alguma crença, posto que também a não existência de Deus é improvável. Mas se concebemos algum Deus teremos de lançar mão de um modelo que nos sirva de comparação. Os cristãos fizeram a opção por Jesus, como símbolo (representação) de Deus. As religiões afro-brasileiras têm seu panteão de divindades, os orixás, e tem por Deus o Pai Olorum. Os mulçumanos tem Alá. Os hinduístas tem Shiva e centenas de outras divindades. Logo, uma convicção absoluta de Deus é idiotice e uma convicção absoluta de não-Deus também é imbecilidade. Tudo não passa de um caminho escolhido, de uma escolha de crença.

                Crença não é convicção, não é certeza. Acreditar é dar crédito a. Como numa operação financeira em que o banco ao emprestar dinheiro ao seu cliente está lhe concedendo um crédito.
                Mesmo a matemática, embora lide com resultados exatos é formada por representação. Os números nada mais são que representação do que chamamos de quantidade. A representação faz parte de qualquer aspecto da vida humana. Representamos sons e comunicação pela linguagem. Representamos a vida nas manifestações artísticas.  Shopenhauer já falava do mundo como vontade de representação.  Não há problema em representar, em simbolizar, em imaginar. O problema está em nossa convicção sobre a nossa representação. A certeza de nossa interpretação é perigosa porque nos cega para o fato de outros possuem interpretações diferentes e também legítimas

                A meu ver, toda ortodoxia e dogmatização fundamentalistas são barreiras para um pensamento inteligente. Portanto, eu sugiro que toda convicção e certeza seja questionada.

                Algumas áreas onde nossa percepção de realidade dogmatizada e que precisamos reconsiderar apenas como percepções e não como a verdade última:

-  Religião. Há milhares. Não pode ser possível que apenas uma seja a correta. Cada um faz a sua opção por um caminho.

-  Moral. Certo e errado mudam conforme localização geográfica, cultura, tempo, contexto, etc.

- Ética. É preciso entender a ética dentro do contexto da situação. Afinal, se diz que até bandido tem sua “ética”.

- Família. O modelo familiar mudou, hoje temos uma pluralidade de modelos com os casais homoafetivos, os divorciados, filhos adotados, etc.

                Enfim, todas as áreas da vida humana estão marcadas pela representação e por isso podem ser repensadas e não precisam ser absolutizadas. É nossa necessidade de dar sentido que faz com que nos apegamos a convicções sobre modelos e sistemas que nada mais são do que a maneira como queremos significar as coisas pra nós. Ou seja, queremos que a vida e o mundo façam sentido.

                O caminho da maturidade a meu ver percorre pela percepção do fato de que não sabemos o sentido ou se a vida tem algum sentido. E nesse caso, ou convivemos com esse vazio de sentido, ou damos um sentido para ela, ou ainda optamos por um caminho que poderá ser o de alguma religião ou crença. Fato é que, quer optemos por um caminho de ter sentido ou não ter sentido conviveremos com a dúvida se encontramos a verdade ou não. Portanto a resposta adequada a como conviver com isso, é a humildade no sentido de “eu não sei o sentido da vida, mas a minha opção é essa tal e tal”. E a opção de outro ser humano deverá ser respeitada. Essa opção trilhará pelo caminho da esperança e da fé. Em outras palavras, podemos dizer que todo ser humano é provido de fé, de esperança. Podemos então concluir que ter fé e esperança é humano, ter convicções e certezas é infantilidade.

Porém respeitar a opinião ou o caminho do outro quanto ao sentido, não quer dizer que não possamos fazer questionamentos. Repito o caminho da maturidade não é ter certeza, mas é justamente a dúvida e a consciência de que o significado escolhido é apenas mais “um” e que, portanto sempre poderá ser desconstruído e novos significados poderão ser construídos. Parece loucura, para alguns. E talvez eu deva dizer que nem todos suportarão esse tipo de pensamento e vão se trancar nos seus próprios significados. Já dizia Sócrates: “Só sei que nada sei."
Autor: André Luiz é estudante de Teologia e pós-graduando em Filosofia. É também palestrante da Ruah.

sexta-feira, 8 de julho de 2011

Admirável Gado Novo

Zé Ramalho, cantor nordestino do Brasil, compôs a música Admirável Gado Novo certamente num trocadilho com o título da obra de Aldous Huxley "Admirável Mundo Novo". Neste novo Podcast da Ruah, Paulo Sanda e André Luiz dialogam a respeito de liberdade, injustiça, desigualdade social, temáticas tão presentes na letra dessa canção.

sexta-feira, 1 de julho de 2011

Ruah Podcast - Músicas - Pra você

O Sertanejo Universitário é a nova onda da música no Brasil e a belíssima cantora Paula Fernandes é de um seus destaques. Neste novo Podcast Paulo Sanda e André Luiz discutem a temática da alteridade presente na música "Pra você" composta pela artista e Zezé Di Camargo.


Sacrifícios Humanos




Anos atrás nosso então presidente topetudo, Itamar Franco ficou feliz por derrubar a bolsa de valores.
“Nós vencemos eles”.
Nosso querido ex-presidente foi bastante polêmico, e nos brindou com muitas frases e flagrantes.
Na época eu como quase economista, ex operador de pregão Bovespa e BM&F, achei um absurdo a afirmação dele.
Afinal, ele estava se congratulando por afundar o pais!
Afinal o mercado financeiro é uma forma das empresas conseguirem capital de risco para realizar investimentos produtivos, gerando emprego e divisas para a nação.
Desculpe Itamar, eu estava errado e você certo.
Já venho a algum tempo desconstruindo minha ideia sobre a nossa sociedade baseada no capital, mas ontem vendo os protestos da Grécia, que passa por uma profunda crise, com alto desemprego e falta de perspectivas para o povo.
O governo grego na última década levou as despesas públicas as alturas, e praticamente dobrou o salário do funcionalismo. Agora o pais tem dificuldades para pagar suas dívidas e o parlamento vai aprovar um pacote de austeridade que vai congelar o salário dos servidores públicos, aumentar impostos, o preço da gasolina e elevar a idade mínima da aposentadoria. Este pacote vai impactar diretamente a vida de todo povo grego. É assim, uns se privilegiam e todos pagam a conta.
O capital tem que ser preservado, pois é o ente máximo de nossa sociedade.
O povo grego vai pagar o pato, para que o capital não seja prejudicado.
É algo surreal, pessoas serão sacrificadas no altar.
É verdade, o altar!
Vejam, bastou o parlamento grego acenar com possibilidade de aprovação deste pacote de austeridade econômica que as bolsa entraram em festa pelo mundo todo. São verdadeiros templos do capital. E em nome deste deus, realizamos estes verdadeiros sacrifícios humanos.